segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Eu tive um amor

Meu amor era lindão, era de arrasar, tinha embalagem fina, merecia salto alto! Era um amor de beijar, de amassar, era um amor de morrer de susto! Era daqueles amores pulsantes, de beijar de olhos abertos, tarado, faminto, amor de mãos dadas, pra dentro da calçada, de subtendidos e risadas, de poesia e café bem forte. Era um amor sem ter os pés no chão. Amor de musa inspiradora, quase tinha até altar! Eu quero esse amor de volta. Eu quero um amor sem aspereza, pra viver os dias todos: os muito quentes com gelo e limão, os muitos frios de pijama, chocolate e roupão. Eu quero um amor que faça da gente uma casa um para o outro, que nos torne reciprocamente refúgios contra todo o resto do mundo, um amor pra se abrir, se entregar, se invadir. Eu quero um amor de surpresas boas, de confiança, de sofreguidão e de calmaria, um amor pra luz do dia e o mesmo amor para as noites vadias, um amor para enfrentar tudo e todos juntos com a certeza de que ainda que não sobrasse nada, sobraríamos nós, um pra ser o amor do outro.


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