domingo, 29 de junho de 2014


Toda vez que eu insisti com quem não estava interessada deu errado. Toda vez que tentei escalar o muro da indiferença foi inútil. Ou descobri que do outro lado não havia nada.

(Ivan Martins)


Mesmo que a gente diga umas besteiras, feitas pra machucar e arranhar a pele do outro, eu te juro que não iria embora. A gente daria meia-volta quando chegasse ao térreo ou pararia o carro na entrada da garagem esperando o outro gritar pra ficar. 

Mesmo que algo parecesse acabar e cavar um buraco entre a gente repelindo cada um prum lado, fazendo com que você não quisesse mais ouvir minha voz ou dormir comigo, eu ficaria. mesmo que tudo pareça dar errado e a gente chegue num ponto em que não se suporte mais, eu vou lembrar do exato momento em que pus os olhos em você.
E mesmo que você me expulsasse, me pusesse pra fora de mala, cuia e sem cobertor, eu te beijaria e voltaria pra dormir do seu lado, apagar a luz e te buscar no tato, desse meu modo nada romântico, ultrapassado de dizer que eu ainda vou te amar – mesmo com tudo isso – amanhã de manhã.


Eu queria esclarecer um grande mal entendido: a incansável busca das mulheres não é pelo cara perfeito. É pela reciprocidade. E a grande batalha não é contra os homens ou contra as supostas adversárias. É contra nós mesmas. Batalha bruta, guerra sangrenta e com muitos corpos pelo chão. O desânimo do "É sério? Não consigo querer ele nem um pouquinho? É realmente sério que eu tô fazendo isso de novo?" e o cansaço escapa em forma de suspiro. Colocar um cara maravilhoso na Friendzone dói mais na gente do que em vocês, podem acreditar. É uma sensação de impotência misturada com sadomasoquismo. É sentir milhões de tapas na cara, vindos de mim mesma. Por muitas vezes, eu fechei os olhos e desejei com todas as minhas forças que a minha pele reagisse. Que o beijo se encaixasse e o olhar me tirasse o chão. Eu fiz força pra querer, fiz força pra gostar, fiz força e fiz força. E quando abria os olhos era sempre a mesma coisa: vontade de ir embora e uma culpa que me embrulhava o estômago, por violentar os sentimentos. Assim como, por incontáveis vezes também, eu lutei pra sufocar cada poro do meu corpo, que gritava, pedia e implorava pelo corpo de gente que já chegou na minha vida me explicando, com uma maquete, que era encrenca e ia me fazer sofrer. Eu sei lá, tem gente que entranha na gente. E gente que o nosso corpo estranha. Expulsa. Mas aí é questão de organismo, você entende? Ou você gosta de alho ou não gosta. Não interessa se faz bem pra saúde, cabelo, pele, evita câncer, deixa imortal... Se você gosta, é maravilhoso e tempera tudo. Eu, como não gosto, tenho ânsia de vômito. E, se enfiar garganta abaixo, eu boto pra fora. Evito. E friso: mais por eles do que por mim. Ninguém merece ser vomitado assim.

Marcella Fernanda


"Quem gosta de diminutivos, definha. Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa. Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo. As boazinhas não têm defeitos. Não têm atitude. Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos. Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, é isso que somos hoje. Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos. As “inhas” não moram mais aqui. Foram para o espaço, sozinhas."


"As decisões mais certeiras são aquelas que tomamos quando enfiamos o dedo na ferida e cutucamos até encontrar, no próprio machucado, o cicatrizante."


A gente tem é que se amar muito, se respeitar muito pra chegar para o outro e dizer: se é isso que você me oferece, agradeço, mas recuso. Não quero esse pouco. Não quero essas partes. Não quero a sua metade. Vem inteiro, completo. Ou não vem. Ou nem te apresenta. Ou pega teus brinquedos e sai logo daqui.



terça-feira, 24 de junho de 2014

"Já passei boa parte da vida imaginando um futuro lindo. Hoje eu me preocupo em arregaçar as mangas, jogar a lamúria na primeira lata de lixo e começar a trabalhar para que as coisas aconteçam. As lindezas do mundo são muitas, mas nada vem de graça."

Clarissa Corrêa


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Todo mundo quer conhecer alguém, alguém que você encontre, sábado a tarde, apenas para conversar e faça pensar: “Poderia passar o resto da minha vida no meio dessa conversa.” Todo mundo quer ter alguém, para viver ao seu lado, uma pessoa louca, que lhe faça rir, de uma forma cientificamente impossível, gritar junto, correr pelado, ou apenas, pensar em todas essas vontades loucas, enquanto dirige para o trabalho.
Não é algo de outro mundo é o que dá sentido a vida, a vida é simples, descomplique, não se preocupe com a beleza fisica do próximo, daqui 10, 20, 30 anos, ela irá embora, se preocupe com o caráter, por que no final, é a parte que irá ficar.
Não finja ser o que não é, não é isso que uma mulher quer, ela quer parar ... Parar de ser enganada, traída e trocada, Ela quer continuar, respirar livremente, confiar.
Mas isso tudo não interessa, vocês querem apenas a resposta , porque as mulheres não amam mais? Não sei.
O coração de uma mulher, como muitos instrumentos musicais, depende de quem o toca.


“Da última vez em que acordei do teu lado com aquele sorriso debochado de quem me fez acordar com cara de “foi-bom-pra-mim”. Porra, você é sim insubstituível. Merda, você é sim importante. E eu odeio seu jeito de dizer tchau. E foi-se o tempo que eu me orgulhava em ser solitária. A minha rotina, por mais badalada que seja, parece uma doença crônica. Sinto uma saudade oceânica dos nossos sábados normais e românticos. Das pizzas, nunca mais provei. É a única comida que quanto mais mastigo, mais vazia me deixa.”




“Tira-se a roupa pra transar, mas é depois que se fica nu de verdade. Aí sim o desejo mais ingênuo salta aos olhos. Ficamos lúcidos, indefesos, satisfeitos. Não se faz necessário tarimbar o sentimento. Não querer levantar da cama é dizer eu te amo. Depois do tesão animal, do untar da pélvis, do desparafusar do molejo, ouvir ‘me abraça forte e fica quietinho’ é uma declaração.”


Queria ter te conhecido antes, muito antes, para que nenhum de nós dois tivesse medos ou cicatrizes. Queria ter estado com você quando seu coração descobriu o que era amor, quando seu corpo descobriu o que era desejo, e antes que pudesse sofrer eu estaria do seu lado te amando e me entregando, e juntos poder ter aprendido as lições da vida e do coração. Queria ter te conhecido quando suas esperanças começaram a nascer, quando seus sonhos ainda eram puros e seus ideais ainda ingênuos. Pena termos nos encontrado só agora, já com o coração viciado em outros amores, com uma imagem meio falsa do que é felicidade, do que é se entregar. Queria ter te encontrado numa nova vida, num outro tempo, em que não precisássemos temer o nosso futuro, nem nossos sentimentos.


“Eu juro que não. Eu nego. Com a boca, digo não. Hoje, não. Negativo. Agora não. Não dá mais. Não pode ser. Não. Nem pensar. Não, eu disse. Porque não. Não, não e não. Repassando - não. Não, mas obrigado. Quando digo não é não. Pela última vez: não. Aí você abre a porta e tudo muda de figura. Ah, não.”


Guardei seu cheiro no bolso da minha calça jeans. Prendi o som do seu riso em um pote de maionese e plantei uma muda de um beijo seu debaixo do meu travesseiro. Para que não se vá. Para que eu tenha guardado comigo qualquer pedacinho de felicidade.



Sabe, quando a gente tem vontade de encontrar a novidade de uma pessoa? Quando o tempo passa rápido quando você está ao lado dessa pessoa, quando dá vontade de ficar nos braços dela e nunca mais sair...

Nando Reis



terça-feira, 17 de junho de 2014


“Não me faço de vitima. Aliás detesto que façam isso. Que implorem por dó, por compaixão. A gente tem que se virar. A vida exige. Uma ajuda ou outra, tudo bem. Mas cada um tem que “andar com suas pernas”, entende? Na hora de dormir, é que as pancadas do dia latejam. Aquele olhar de desprezo, a crítica desnecessária, o julgamento, a saudade. E cada um tem que saber cuidar de si. Tem que guardar as lembranças num canto do coração, e seguir. Orar baixinho, e pedir a Deus pra encontrar a felicidade dentro de si, por mais escondida que esteja. Porque muita gente pode rir contigo, chorar, brincar, mas ninguém te conhece por inteiro. De suas lágrimas todas, só Deus, você e o travesseiro sabem.”


A menina e o violão.


domingo, 15 de junho de 2014


Tudo que vai, precisa ir de vez. Tudo que fica, precisa ir também. Tudo de ti e tudo de mim, nada mais de nós. De mim, você teve tudo. Em mim, de ti restou nada. O problema, meu bem, é que ser nada também é ser alguma coisa. Tudo que fica, deixa vontade. Tudo que vai, deixa saudade. Mas as minhas vontades desistiram de você e a minha saudade quase não te sente mais. 

Daniela Lusa


Mas você eu já desisti de esquecer. Pra sempre eu vou sentir um elevador de gelo seco em todos os meus andares quando você aparece de alguma maneira. Quando tem foto sua, quando tem recado seu, quando tem você atravessando a avenida.


Não foi desejo. Nem vontade, nem curiosidade, nem nada disso. Foi um choque elétrico meio que de surpresa, desses que te deixa com o corpo arrepiado, coração batendo acelerado e cabelo em pé . Foi sentimento . Não foi planejado, nem premeditado. Foi só um querer estar perto e cuidar, tomar todas as dores e lágrimas como se fossem suas. A vontade e o desejo vieram depois, bem depois. Não foi um lance de corpo, foi um lance de alma. Não foram os olhos, nem os sorrisos, nem o jeito de andar ou de se vestir, foram as palavras. Uma saudade e uma urgência daquilo que nunca se teve, mas era como se já tivesse tido antes. Foi amor. É amor.


sábado, 14 de junho de 2014


A minha alergia a bijuteria nada se compara a minha alergia a amor barato. Mantenho a distância de conversa fiada, papo torto, jogo sem regras e promessas nunca cumpridas... A minha intolerância é braba, por isso evito, fujo, tenho horror! Desde muito nova entendi que não preciso desse tipo na minha vida e aprendi a perceber de longe. Com os olhos bem abertos e a mente já vacinada, vou vivendo assim. Sinceramente, eu não estou nem aí para a minha orelha que vive inflamada, pela minha teimosia e pobreza de insistir nos brincos (lindos) da feirinha aqui perto de casa. Mas do meu coração eu cuido muito bem e não dou mole para qualquer um que chega com meia dúzia de palavras de amor para disfarçar a canalhice. 

Maria Carolina Araujo



Sem nem se dá conta, ela está sorrindo por aí novamente. A vida ganhou cor e os lugares e as pessoas se tornaram mais interessantes. Cortou o cabelo, passou a se arrumar como sempre o fez e voltou a se sentir mais bonita. Começou a ler um livro novo e passou a escrever textos sobre o quanto a vida é surpreendente. Decidiu excluir a playlist melancólica que tinha no celular e passou a cantarolar músicas cheias de positividade. Os amigos repararam, a família comemorou. “De repente é amor”, as pessoas comentam. E ela não nega, mas completa: “Por mim”. 

Maria Carolina Araujo



"De qualquer forma, não esqueça das seguintes verdades: não faça nada que não te deixe em paz consigo mesma; cuidado com o que anda desabafando; conte até três (tá certo, se precisar, conte mais); antes só do que muito e mal acompanhada; esperar não significa inércia, muito menos desinteresse; renunciar não quer dizer que não ame; abrir mão não quer dizer que não queira. O tempo ensina, mas não cura. Agora vai filha, porque é pra frente que se anda!" 

Martha Medeiros


Você se cansa de amores incompletos, de amores platônicos, de falta de amor, de excesso disso e daquilo. Se cansa do "apesar de". Se cansa do rabo entre as pernas, da sensação de estar sendo prejudicado, se cansa do "a vida é assim mesmo". Você se cansa de esperar, de rezar, de aguardar, de ter esperanças, cansa do frio na barriga, cansa da falta de sono. Você se cansa da hipocrisia, da falsidade, da ameaça constante, se cansa da estupidez, da apatia, da angústia, da insatisfação, da injustiça, do frenezi, da busca impossível e infinita de algo que não sabe o que é. Se cansa da sensação de não poder parar.



quinta-feira, 12 de junho de 2014

"Chorei três horas, depois dormi. Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total."


Quando o sol nasce eu acordo e persigo meus sonhos. Quando o sol se pôr eu não vou me arrepender porque eu vivo a minha vida como se eu fosse uma fera! Eu controlo minha respiração, mantenho o meu corpo pronto. Me foco no final, e mantenho minhas mãos firmes.
Você sabe o que lágrimas fazem? O medo te come vivo e eu não tenho nenhum medo em mim. Ele não tem nenhum poder sobre mim. Imagine-me subindo com unhas e dentes até estar no topo, saltar sem uma rede!
Porque eu vivo minha vida como se fosse tudo o que tenho, eu nunca vou vacilar, eu nunca vou fechar meus olhos! Você já viu uma fera demonstrar medo antes de morrer? Todo dia, toda noite construindo minha vida, eu sou imparável!


Mais do que pra quem tem, 
feliz dia pra quem AMA! 





terça-feira, 10 de junho de 2014

Por vezes olhando pra você meu coração sorriu 
Por vezes olhando pra você meu coração chorou 
Doeu, sufocou
Mas ver você me olhando naquele momento ...
eu vi que foi o seu coração que apertou.

Cibéli Cúnico







O sentir oculto é um sentir inválido, 
amor guardado é amor repudiado ...
negado, amor sofrido.

Cibéli Cúnico



Agora é assim, primeiro EU. Quem não gostar das regras, não joga. Tô feliz, acredita? Olha só a irônia, fui buscar o amor e já tinha. Fui tentar ser feliz e já era. Fui tentar me encontrar e me perdi. E, que loucura, precisei me perder pra me valorizar. Coração vazio e sorriso cheio, que assim seja.


Passei a maior parte da minha vida tentando não chorar na frente das pessoas que me amavam. Você trinca os dentes. Você olha para cima. Você diz a si mesmo que se eles o virem chorando, aquilo vai magoá-los, e você não vai ser nada mais que uma tristeza na vida deles.


É 8 ou 80. 
Cala ou grita. 
Vai ou fica.



Mas se eu soubesse que iria gostar de você assim. Não teria elogiado seu cabelo, perguntado seu nome, roubado um beijo.


Mas a gente se acostuma, né? A gente precisa se acostumar com as horas que passam, com os dias que se arrastam, com as estações que mudam, com as chuvas que não caem, com o tempo que é sempre tão paradoxal. No fim, a gente acaba se acostumando com as ausências, também. A vida é, na verdade, um eterno acostumar-se.
De uns dias para cá, eu tenho sentido menos. Hoje, de novo, acordei te amando menos e me amando mais. A dor que havia me amortecido está passando aos poucos, estou voltando a me sentir. Às vezes, parecia que haviam me arrancado o coração e, mesmo assim, eu continuei vivendo. Foram dias estranhos, dias parecidos comigo. Tenho a sensação de que não dormi durante todos esses meses. Mas, mesmo assim, eu acordei.
Primeiro, eu senti muito.
Depois, eu senti falta.
Agora, eu sinto mais nada.

(Daniela Lusa - "Das cartas envelhecidas"