sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Ela sofreu, mais do que achava que podia. Ela amou, mais do que podia ser capaz de amar, ninguém a amou de volta e todo amor mau cuidado vira ódio, vira veneno. E ela se injeta todas as manhãs doses exageradas de verdades que causam medo, que matam o amor. E é assim todo dia desde a ultima vez que viu um sorriso e achou ser sincero, desde a ultima vez que ela sorriu por alegria. Ela faz questão de esconder todo e qualquer sentimento bom que ainda possa sentir, não acha justo mostrar já que nunca alguém quis pagar o valor que lhe era digno. Lentamente ela soube ser um veneno contra tudo que tentava lhe chegar até os ouvidos, contra tudo que tentava de alguma forma atingir o coração. A pureza se foi com cada pessoa que ela deixou entrar sem merecer, a inocência foi acabando cada vez que era injetado mais uma dose de veneno e o que as pessoas são capazes de ver agora não é nada mais do que um sorriso cheio de vontade de destruir todos que se mostram fortes. Ela nunca foi forte, nem esperta, teve que aprender de o jeito mais doloroso como lidar com todos aqueles venenos. Guardou todos os pensamentos bons e deixou de acreditar em meias verdades.


É como se nada se encaixasse mas tudo fosse exatamente do jeito que tem que ser, ou pelo menos tinha. É algo que me tira do foco, que me deixa perdida. Mas eu sigo prestando atenção em qualquer gesto ou riso. Segundos atrás eu poderia ver e poderia escutar tudo ao meu redor mas agora sou incapaz de controlar qualquer coisa, agora só existe uma pessoa em que meus olhos seguem da forma mais discreta o possível – como se fosse possível. É como se somente aquela presença tivesse o poder de fazer tudo girar em questão de segundos, é como se tudo se retorcesse mas não saísse do lugar. Eu permaneço aqui, sentada, com um sorriso quase paralisado e uma vontade absurda de poder ir até o começo somente para prestar atenção em cada sorriso, como se fosse o ultimo, porque um dia foi. Alguém me chamou e parece que eu preciso ficar por aqui mesmo, com todas aquelas memórias, mas eu finjo estar bem, eu preciso ficar bem, só por hoje .


Percebi que com o tempo que passa eu ainda gosto de você, nem muito nem pouco, mas do jeito que está. Na verdade não vale a pena eu mudar por você, gostar de você. Não vale a pena. Hoje por mais, que eu pense em você, e tenha vontade, eu não sou idiota. Eu não vou me humilhar porque eu não sou dessas garotas, gosto, gosto sim, Mas não sou patética e rídicula ao ponto de ficar correndo atrás de você. Todo esse carinho, esse amor, que impulsa, dentro de mim, é só um desejo bobo, de uma garota. Que com o tempo se enterrará no passado da pessoa, que eu fui. Após alguns anos quando você finalmente me notar, você não fará mais diferença, não fará mais parte dos meus planos. E só o que eu vou poder falar é que é tarde demais. E que, se você não foi capaz de aceitar o meu amor, eu não vou ter paciência de aceitar suas palavras. Pra mim, você é um idiota, só isso. Nada mais.


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Deixe, afinal, rolarem minhas lágrimas. Você não entende como a dor não cabe no peito, porque seu peito é grande e sua dor pequena. Eu sou pequena e minha dor é grande. Eu não tô pedindo pra ter pena, só to pedindo pra me deixar em paz. Me deixa ser triste quando quero ser, quando quero estar. Você ri demais, eu não sou assim. Rio só quando tenho vontade de rir. Deixa eu encubar e digerir minha tristeza, eu sou assim. Deixa eu ser assim, não me enche. Eu choro muito, choro de raiva. Mas minha raiva passa. Passa e eu passo a ver a beleza das pessoas e das coisas. Eu sou assim. Todo mundo é feito de cicatrizes. Você é a minha, a maior, que pega quase meu corpo todo. Tudo. Todo.


Eu quis fazer um texto bonito. Desses que fazem a moça aflita ligar para o ex-namorado pedindo perdão, desses que fazem o namorado sensível aceitar um pedido de desculpas. Desses que unem quem o tempo separou, desses que amarram de vez um casal apaixonado. Eu quis escrever sobre as lembranças, os bichinhos de pelúcia e sobre aquele primeiro chocolate que você ganhou. Eu quis desenhar a lua e as estrelas, confidentes universais de qualquer casal e de qualquer pessoa na solidão. Eu quis escrever sobre aquele lugar em que você o deixou, naquele canto do armário, naquela caixinha de lata ou de papelão. Talvez você seja um pouco mais descarada e esteja no seu mural de fotos ou na pelúcia que ainda está na sua estante. Eu quis lembrar você sobre como era difícil andar abraçados no começo, vocês tropeçavam e andavam como dois patos, mas continuavam porque acima de tudo, vocês estavam juntos. Ele elogiou seus cabelos nos dias em que estava natural e reclamou quando você cortou, lembra? Olhe para sua mão, tão sozinha, um encaixe perfeito com a dele. E por que não falar dos abraços? Particularmente, é a melhor parte. Sentir o corpo todo embalado como debaixo de um cobertor numa noite fria. Eu quis falar dos sorrisos, do carinho e da amizade. E foi tão bom quando tudo deixou de ser só amizade e passou a significar também amor! Infelizmente, quando o amor partiu, levou embora consigo a amizade. Eu quis lembrar das lágrimas, de todos os tipos. Das lágrimas de alegria, das lágrimas de saudade, das lágrimas de dor. Das que ele provocou, das que ele secou, das que ele viu rolarem pelo seu rosto e daquelas que você escondeu para não vê-lo triste. Eu quis escrever sobre aquela noite mal dormida em que você chorou em silêncio para que ninguém ouvisse, com o celular na mão, seja dentro de uma ligação ou a espera de alguma. Não seja tola a ponto de perguntar se ele ainda lembra. As pessoas nunca esquecem, apenas fingem que não se lembram ou olham para trás de uma maneira diferente, guardando uma alegre recordação dos bons momentos, acompanhado de um sorriso no rosto, mas sem vontade de reviver o que passou. Eu quis fragilizar quem o tempo endureceu. Eu quis cutucar o coração insensível e arrogante que finge não sentir nada. Eu quis falar de união, mas a verdade, meu bem, é que tudo é passageiro. Não fique triste, porque tudo o que passa, também fica. Sempre resta um fragmento daquilo que passou, um pedacinho daquela pessoa sempre reflete em ações do presente e do futuro. É por isso que é tão difícil definir o que ficou do passado, o que faz parte do presente e o que continuará no futuro. Estão todos interligados de maneira única e constituem aquilo que você é hoje. Essa é a essência da vida, com seus amores passageiros e amores eternos, alegrias oscilantes e dores alternadas. 




Eu não sei o que me acontece, porque é um apaixonar e desapaixonar frenético. É algo incoerente. Uma hora eu sofro e outra eu rio, aquele riso gostoso de felicidade.
Mas tem horas que me deito, penso e choro por tudo que não aconteceu, mas aí, no minuto que me levanto eu sorrio por lembrar dele, por lembrar do sorriso esplêndido no rosto dele.
Só que basta ver a mão dele segurando a minha para me apaixonar de novo e uma dor surgir outra vez.
E eu fico me odiando por dentro, odiando essa paixão e despaixão.
Esse sufoco e desapego.
Essa dor e alegria.


Seu coração doía mais que qualquer outra parte em seu corpo. Sua decepção estava destruindo-a por dentro. Era uma dor insuportável que não conseguia conter dentro de si. Ela deitou em sua cama e ficou olhando para o teto. Imaginava o que teria feito de errado. Em qual parte teria fracassado? E o que devia fazer para conter aquela dor tão forte? Lembrava sempre do sorriso dele, seu perfume, suas mãos quentes, sua pele macia. Lutar por ele era em vão. Nunca teria seu amor por completo. Haveria sempre a outra para aparecer e levá-lo consigo.